EMPREENDEDORA INSPIRADORA

Da garagem à conquistas: a história de Mariana Ferreira, uma lição de força além dos desafios.”

Mariana Ferreira, enfrentando a displasia epifisária múltipla, desafiou as expectativas e fundou um negócio de sucesso na indústria da beleza em Igarapé. Começando em uma garagem e superando preconceitos, ela se tornou um símbolo de determinação, inspirando muitos com sua trajetória de coragem e inovação.

Como surgiu a ideia de empreender no segmento de beleza e o que te motivou a dar esse passo importante?

“A ideia de empreender no segmento de beleza surgiu de uma oportunidade que tive naquele momento em que queria ter meu próprio dinheiro. Minha mãe não tinha condições de estar comprando roupas, maquiagens naquela época, e eu, como uma pré-adolescente, queria muito ter uma independência financeira. Desde criança, já pensava como vou fazer para ter o meu dinheiro? E, antes de entrar na área da beleza, eu revendia produtos de revista (risos), até que aprendi com minha mãe a fazer unhas tradicionais na época e comecei a me apaixonar. Primeiro pelos itens e produtos, os esmaltes me deixavam fascinada, e principalmente pela transformação das mãos quando a cliente chegava e como ela saía.”

 

Você poderia compartilhar conosco como foi o processo de adaptação e superação após o diagnóstico de displasia epifisária múltipla?

“Meu diagnóstico de displasia epifisária múltipla veio ainda quando era apenas um bebê. Minha deficiência é de nascença, então, ao longo do meu crescimento, já fui me deparando com algumas dificuldades, principalmente na adolescência, onde já se percebiam as diferenças.”

 

Quais foram os maiores desafios que você enfrentou como mulher empreendedora com uma deficiência e como os superou?

“O maior desafio foi superar o ‘Não’ que escutei a vida inteira: ‘Você não pode fazer isso por causa da sua deficiência! Você nunca vai ter uma vida ‘normal’ como as outras pessoas, você será dependente de alguém sempre!’ Isso me matava quando ouvia essas coisas e prometi para mim mesma que eu ia ser o que eu quisesse e nada iria me impedir. Então, sempre mantive minha fé em Deus e sabia que ia passar por tudo, pois Ele é que me sustentava a todo momento. Só preciso dele e da minha vontade. A opinião dos outros nem sempre são importantes na vida da gente! As dificuldades foram muitas: comecei na garagem da minha casa, em um banquinho de madeira que tenho até hoje de lembrança. Nunca esqueço de onde vim e sei onde quero chegar. Minhas tias me davam os vidros com restinhos de esmaltes e eu juntava tudo em uma bolsinha até juntar um dinheiro para comprar esmaltes novos. E era assim, chegava da escola e atendia até à noite. Levei para minha cidade os adesivos artesanais que na época eram sucesso e ninguém conhecia. Então, eu pintava os adesivos também para vender para as manicures. Ali nascia mais uma fonte de renda!”

 

Como você lida com os preconceitos no mundo dos negócios, especialmente no segmento de beleza?

“Lidar com o preconceito na área da beleza nunca foi fácil, pois eles sempre querem a imagem e pessoa perfeita. Então quis mudar essa visão que as pessoas têm até hoje. Você é linda do seu jeito, cada um tem sua beleza e deve ser respeitada! O preconceito no mundo dos negócios nunca me afetou, pois fui e sou empreendedora a vida toda. Então, minha empresa hoje é meu maior orgulho. Em plena pandemia, abri meu próprio negócio enquanto muitos estavam fechando, eu estava abrindo. Sempre segui a linha diferente da visão mais fácil e comum e foi onde tudo deu certo!”

 

De que maneira sua jornada pessoal com a displasia epifisária múltipla influencia sua abordagem no negócio e no trato com os clientes?

“Hoje, as pessoas que não me conhecem e chegam no estúdio geralmente ficam admiradas por ver que faço tudo normalmente, tenho autonomia e sei o trabalho que entrego. Tento sempre abordar e mostrar às pessoas e clientes que a gente é capaz de tudo que quiser. Você só precisa correr atrás e não esperar pelos outros.