Celebração é considerada patrimônio cultural imaterial do município
Com grande emoção e reverência, o cortejo das guardas de Congado marcou, na noite deste domingo (25), o encerramento da Festa de Nossa Senhora do Rosário, em Betim. Reconhecida como patrimônio cultural imaterial do município desde 2009, a celebração reuniu diversas guardas locais e de cidades vizinhas, reforçando a força dessa tradição afro-brasileira.
A festa teve início em 27 de julho, com o hasteamento da Bandeira de Aviso da Mão Poderosa, e contou com uma programação intensa, que incluiu novenas realizadas na Capela do Rosário entre os dias 15 e 23 de agosto. No sábado (24), os fiéis participaram de uma missa na Paróquia São Francisco de Assis, seguida de um cortejo até a capela.
Tradição e fé
Neste domingo, as guardas passaram o dia celebrando com rezas, cantos e danças, embaladas pelas batidas dos tambores, que são símbolo do Congado. Para o historiador André Bueno, chefe da Divisão de Patrimônio Histórico da Secretaria de Arte e Cultura (Secult), cuidar dessa tradição é fundamental:
“É uma festa popular que atrai muitas pessoas. O evento foi um sucesso, com organização impecável na alimentação, transporte das guardas e acompanhamento da Secult e da Casa Cultural Dona Antônia. Preservar essa tradição é essencial para Betim.”
Congadeiros e participantes também expressaram sua satisfação. Para José Rômulo, a festa foi “maravilhosa” e motivo de alegria. Dona Zélia Pereira, uma das matriarcas do Reinado em Betim, destacou o envolvimento e a devoção dos fiéis:
“Fazemos essa festa há muitos anos, e ver todos participando com amor e alegria é uma maravilha.”
Já o congadeiro Jeferson Lázaro, bisneto de Joaquim Nicolau, um dos fundadores do Reinado, ressaltou a relevância histórica da celebração:
“O Reinado tem mandamento, fundamento e sacramento. É essencial manter essa tradição viva, pois ela representa a cultura afro e sua força.”
Novidades e projetos futuros
Neste ano, as guardas ganharam novos fardamentos que refletem suas identidades. Além disso, foi lançado o projeto Sambacongo, promovido pela Casa Cultural Dona Antônia, que oferecerá oficinas gratuitas de samba e Congado.
De acordo com o diretor da instituição, Sérgio Martins, o objetivo é valorizar a história e cultura do Congado em Betim:
“Cada mês faremos as oficinas em um lugar diferente. Além de ensinar percussão, explicaremos a importância histórica do Congado. O projeto será concluído no pré-Carnaval, no bloco Dona Antônia, levando essa riqueza cultural para o desfile.”
Encerramento com fé
O evento terminou com a tradicional missa conga e o descendimento das bandeiras, marcando o fim da festa deste ano. Com momentos de fé, celebração e preservação da cultura, a Festa de Nossa Senhora do Rosário reafirma sua posição como um dos principais eventos culturais de Betim, mantendo vivas as raízes e tradições da cidade.