Corpus Christi: Arte, Fé e Comunidade em Betim

 
Sacos e mais sacos de serragem, sal e areias coloridas, entre outros materiais, foram providenciados em uma corrente de solidariedade e companheirismo. Foto: Laryssa Gabriella

Betim se encheu de cores e devoção durante a celebração. A Rua do Rosário transformou-se, por algumas horas, em uma expressão de arte a céu aberto.

Sacos e mais sacos de serragem, sal e areias coloridas, entre outros materiais, foram providenciados em uma corrente de solidariedade e companheirismo.
Foto: Laryssa Gabriella

A tradição dos tapetes de Corpus Christi, símbolo de espiritualidade e união, voltou a encher Betim de cores e devoção graças à iniciativa do Padre Renê, há dois anos. A Rua do Rosário se transformou em um verdadeiro espetáculo de arte a céu aberto, reunindo pessoas de todas as idades em uma celebração que já faz parte do calendário cultural da cidade.

Inspirada por uma prática iniciada em Portugal há mais de quatro séculos, essa manifestação religiosa chegou ao Brasil durante a colonização, marcando especialmente cidades históricas mineiras, como Sabará, Ouro Preto e Mariana. Em Betim, a confecção dos tapetes revive essa tradição com uma energia única, combinando criatividade e trabalho comunitário.

Este ano, a mobilização começou na noite anterior à procissão, quando moradores lotaram a Rua do Rosário para montar cerca de mil metros de desenhos, mensagens e formas simbólicas usando materiais como serragem colorida, sal e areia. Foi um verdadeiro ato de solidariedade e dedicação, que resultou em um tapete deslumbrante para a procissão entre as Igrejas São Francisco e São Cristóvão.

Os tapetes, além de representarem cenas bíblicas e homenagens a santos, refletem valores como gratidão, fé e união comunitária. Mais do que uma expressão religiosa, eles simbolizam o fortalecimento dos laços sociais, mostrando o poder da arte e da cultura para transformar o espaço urbano e envolver a comunidade.

A tradição, que agora se soma a outros eventos marcantes da Rua do Rosário, como o pré-Carnaval e os festivais gastronômicos, reforça a identidade cultural de Betim. Que o legado do Padre Renê continue inspirando e ampliando essa celebração, consolidando-a como um símbolo de coesão social e renovação espiritual.

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