Até dia 3, bombeiros atenderam 828 casos; não chove no município há 140 dias e estiagem atual é a segunda maior desde 1961
Betim enfrenta uma situação crítica: até o dia 3 de setembro, o Corpo de Bombeiros já havia atendido 828 ocorrências de incêndio em vegetação, quase igualando os 858 casos registrados ao longo de todo o ano passado. A estiagem no município chega a 140 dias, configurando o segundo maior período sem chuvas desde 1961.
Dois episódios recentes chamaram a atenção. Na terça-feira (3), pátios de veículos apreendidos foram atingidos por incêndios iniciados na vegetação próxima à BR-381. No pátio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), 34 veículos foram destruídos. Já no espaço credenciado pela Polícia Civil, o prejuízo foi ainda maior, com cerca de 150 veículos danificados, segundo a Coordenadoria Estadual de Gestão de Trânsito (CET-MG).
Corpo de Bombeiros enfrenta desafios
A intensidade dos focos de incêndio evidenciou a sobrecarga enfrentada pelos bombeiros. Enquanto equipes atuavam no pátio da PRF, a supervisora do pátio credenciado, Rosângela Solano, relatou que tentou por 11 vezes acionar os bombeiros, mas foi informada de que não havia viaturas disponíveis.
O efetivo atual da corporação conta com 6.014 militares em todo o Estado. Nas unidades da capital e região metropolitana, 50 profissionais atuam diariamente, mas, em situações críticas, esse número pode ser ampliado para até 270 militares com o acionamento de equipes administrativas, conforme explicou o sargento Allan Azevedo.
Estiagem severa e calor recorde
Sem chuvas há meses, Betim enfrenta também uma onda de calor em pleno inverno. A umidade relativa do ar chegou a 10%, índice comparável ao de regiões desérticas. O município foi incluído na lista de “grande perigo” do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A meteorologista Anete Fernandes, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), destacou que a seca é típica entre julho e setembro, mas a situação de 2024 é agravada por bloqueios atmosféricos que impediram o avanço de frentes frias no Estado. “Normalmente, as primeiras chuvas chegam na segunda quinzena de setembro, mas, neste ano, ainda não há previsão concreta”, afirmou.
A estiagem atual já é a segunda maior em 63 anos, superada apenas pela de 1961, quando a região ficou 198 dias sem chuva.
Alerta à população
Diante do cenário, autoridades pedem que a população redobre os cuidados para evitar queimadas, já que o clima seco favorece a propagação de incêndios, agravando os prejuízos ambientais e econômicos.
O portal do Jornal do Povo alerta: Ao avistar qualquer foco de incêndio, avise imediatamente ao Corpo de Bombeiros, ligue 193.