Alerta: Incêndios em Betim já chegam a 96% do total registrado em 2023

 
Fonte: Corpo de Bombeiros - 193

Até dia 3, bombeiros atenderam 828 casos; não chove no município há 140 dias e estiagem atual é a segunda maior desde 1961

Incêndio no pátio da PRF, na terça (3), vitimou um pássaro, além de destruir 34 veículos apreendidos. Foto: Lucas Bressane

Betim enfrenta uma situação crítica: até o dia 3 de setembro, o Corpo de Bombeiros já havia atendido 828 ocorrências de incêndio em vegetação, quase igualando os 858 casos registrados ao longo de todo o ano passado. A estiagem no município chega a 140 dias, configurando o segundo maior período sem chuvas desde 1961.

Dois episódios recentes chamaram a atenção. Na terça-feira (3), pátios de veículos apreendidos foram atingidos por incêndios iniciados na vegetação próxima à BR-381. No pátio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), 34 veículos foram destruídos. Já no espaço credenciado pela Polícia Civil, o prejuízo foi ainda maior, com cerca de 150 veículos danificados, segundo a Coordenadoria Estadual de Gestão de Trânsito (CET-MG).

Corpo de Bombeiros enfrenta desafios

A intensidade dos focos de incêndio evidenciou a sobrecarga enfrentada pelos bombeiros. Enquanto equipes atuavam no pátio da PRF, a supervisora do pátio credenciado, Rosângela Solano, relatou que tentou por 11 vezes acionar os bombeiros, mas foi informada de que não havia viaturas disponíveis.

Incêndio em pátio credenciado pela Polícia Civil destruiu cerca de 150 veículos; bombeiros foram chamados 11 vezes. Foto: Elen Sá

O efetivo atual da corporação conta com 6.014 militares em todo o Estado. Nas unidades da capital e região metropolitana, 50 profissionais atuam diariamente, mas, em situações críticas, esse número pode ser ampliado para até 270 militares com o acionamento de equipes administrativas, conforme explicou o sargento Allan Azevedo.

Estiagem severa e calor recorde

Sem chuvas há meses, Betim enfrenta também uma onda de calor em pleno inverno. A umidade relativa do ar chegou a 10%, índice comparável ao de regiões desérticas. O município foi incluído na lista de “grande perigo” do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Fonte: Corpo de Bombeiros – 193

A meteorologista Anete Fernandes, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), destacou que a seca é típica entre julho e setembro, mas a situação de 2024 é agravada por bloqueios atmosféricos que impediram o avanço de frentes frias no Estado. “Normalmente, as primeiras chuvas chegam na segunda quinzena de setembro, mas, neste ano, ainda não há previsão concreta”, afirmou.

A estiagem atual já é a segunda maior em 63 anos, superada apenas pela de 1961, quando a região ficou 198 dias sem chuva.

Alerta à população

Diante do cenário, autoridades pedem que a população redobre os cuidados para evitar queimadas, já que o clima seco favorece a propagação de incêndios, agravando os prejuízos ambientais e econômicos.

Estiagem histórica na região metropolitana está mudando a paisagem da cidade, encoberta por uma névoa seca.
Foto: Elen Sá

O portal do Jornal do Povo alerta: Ao avistar qualquer foco de incêndio, avise imediatamente ao Corpo de Bombeiros, ligue 193.

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